domingo, 18 de outubro de 2009

Festival ou Mostra?

A questão surge novamente na roda. Criar uma competição de teatro ou um espaço para exposição e discussão de trabalhos?
A última edição do Fetesp (Festival Estudantil de Teatro do Estado de São Paulo) promovida pelo Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, de Tatuí - SP, inovou ao eliminar o caráter competitivo e ao oferecer aos grupos participantes uma ajuda de custo no valor de R$ 2.000.
Sobre o novo formato, Carlos Ribeiro, coordenador da mostra, acredita: “Deixamos o caráter competitivo de lado e buscamos paradigmas em vez de paradoxos. Assim, acreditamos que as análises e críticas são ouvidas menos com o coração e mais com a cabeça, uma vez que não há obrigação de se classificar os vencedores. Essa é uma tendência que está presente nos principais festivais de teatro do país.”
Além da Mostra Principal, o evento contou com uma Mostra Paralela (apresentações realizadas em uma praça, no centro da cidade), Oficinas Técnicas e Encontros de Teatro e Educação. Pesquisadores como Daniele Pimenta, Marcelo Lazzaratto, Ingrid Koudela, Sérgio Roveri, Henrique Autran Dourado, Abílio Tavares e Rogério Toscano ministraram palestras, discutindo aspectos do Teatro/Educação.
De acordo com Joaquim Gama, pesquisador em Teatro Estudantil, os festivais precisam se organizar de forma que os seguintes elementos sejam repensados:
-a utilização de espaços alternativos para a apresentação de espetáculos;
-a criação de um espaço para a aprendizagem artística;
-a formação de um corpo de jurados que dialoga com os grupos;
-o questionamento da necessidade de premiação;
-a organização de oficinas e encontros que fomentem questões relativas ao teatro;
-o oferecimento de uma ajuda de custo por parte das instituições que promovem os festivais.
Pensando assim, o Fetesp está em perfeita sintonia com o desejo de mudança dentro da modalidade Teatro Estudantil.
Referências:
http://www.conservatoriodetatui.org.br/index.php
GAMA, Joaquim. Acerca do Teatro e dos Festivais Estudantis. In: Revista Urdimento, n.10, 2008.
Por Patrícia Almeida

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